1º Domingo do Advento

JESUS A NOSSA LIBERTAÇÃO

Nesta liturgia, do 1º Domingo do Advento, o profeta Jeremias é o profeta da esperança. Em meio as dificuldades de seu tempo, ele, em nome de Deus, profetizou uma grande promessa. “Farei brotar de Davi a semente de Justiça, que fará valer a lei e a justiça na terra”. O povo de Deus aguardava um grande Messias-rei, que pudessem libertá-los de toda opressão. Para nós cristãos, este rebento de Davi é Jesus. O Pai o enviou a este mundo para realizar a sua justiça. Justiça, que deve ser entendida em duas dimensões: religiosa e social. Justiça na Palavra é cumprimento da Palavra de Deus. Vivência na fé, da Palavra de Deus. Justiça é a superação de estrutura que divide e fere a humanidade: desigualdades sociais, fome, promiscuidade, corrupção, guerras, todos os males do mundo. Jesus Cristo foi enviado para Pai, para que acreditássemos Nele, em suas Palavras. O Senhor, neste primeiro domingo do Advento, está nos convidando a acreditarmos em seu Amor. Ele veio a este mundo, fez carne, criança, para nos salvar. O Natal, só tem o seu sentido original, cristão, se tivermos fé. É na fé, que o Natal se torna o Natal de Jesus. Se não tivermos fé, o dia 25 de dezembro, será apenas uma confraternização de amigos. E não um encontro com o Mestre Jesus.

Nesta preparação para o Natal, o Senhor nos chama a justiça. A justiça de Deus acontecerá na medida em que, como cristãos, fizermos a nossa parte para o mundo mudar. É cômodo criticar os outros e não fazermos a nossa parte. É preciso que tenhamos uma conduta mais amorosa, mais ética, mais humana para que o mundo se transforme. O Senhor realizará sua justiça, quando oferecermos nossas vidas a Ele. Os males deste mundo serão vencidos quando vivermos a vontade do Senhor. Qual é a sua contribuição para o mundo ser melhor? O Advento é tempo de conversão, de mudança. Tomo como exemplo, neste período de chuva, as inundações que invadem cidades como São Paulo. As enchentes são conseqüência da nossa falta de consciência ecológica, poluição, dos lixos jogados nos rios e nas ruas, destruição das matas e etc. Para que o Senhor instaure um tempo novo em nossa sociedade, ele conta com a contribuição de todos.

O Evangelho de São Lucas, Jesus anuncia a grande manifestação de Deus. Ele mesmo é grande manifestação de Deus. Ele disse: “Erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próximo”. É com Ele que venceremos toda espécie de mal em nossas vidas. Ele também disse para tomar cuidado para nossos corações não fiquem “insensíveis por causa da gula, da embriaguez, das preocupações da vida”. Hoje o Natal do Senhor tem se tornado isto que Jesus admoestou. Os homens estão se esquecendo de Deus. Apesar das igrejas cheias, a grande maioria ainda não segue o Senhor. O Natal tem se paganizado, ao deixarmos o Senhor de lado. Os cartões de Natal quase não desejam mais “Feliz Natal”, mas “Boas Festas”. Nas decorações natalinas temos de tudo, menos referências cristãs: duendes, fadas, papai Noel, turma da Mônica, Pernalonga, magia, pinheiros, luzes, guirlandas, princesas e renas. Cristo não é lembrado e muito menos mencionado. Para muitos o Natal é uma noite de farra, bebedeira, bagunça, safadeza. Natal é comer coisas gostosas: panetones, chocotonoes e outros tones. Missa de Natal é assim: o pessoal está missa, de olho no relógio para não deixar o peru queimar no forno. Fala-se de ser solidário, ajudar isto e aquilo, mas não se faz referência ao Cristo que disse: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. Onde está Deus no Natal do Mundo? Jesus já disse: o meu Reino não é comida e Bebida.

O nosso Natal, filhos deve nos aproximar de Deus.

O Natal possui o seu caráter celebrativo, de festa e alegria. Mas é antes de tudo, uma atitude de fé e acolhida a Aquele que esta para chegar. O melhor presente que podemos oferecer a Jesus é a conversão de nosso coração. Aproveitemos este tempo irmãos do Advento, para firmamos a nossa vigilância nos sinais de Deus em nossa vida e na oração. Vigiai e orai!

Pe. Edson Roberto dos Santos